Suécia fecha quatro presídios por falta de condenados
Taxa de encarceramento no país vem caindo desde 2004
Na Holanda, escassez de presidiária fez prisão virar até
hotel de luxo
O GLOBO
COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
Publicado:15h33 Atualizado:21h11
Suécia está fechando presídios, devido à falta de pessoas para colocar neles
ESTOCOLMO - Na contramão de países como
Brasil, Reino Unido e Turquia, a Suécia vai fechar quatro prisões por falta de
prisioneiros. A Holanda também segue pelo mesmo caminho, e prisões já foram
transformadas de prejuízo em lucro para a economia: uma delas virou um hotel de
luxo. Em setembro, o Ministério da Justiça anunciou o fechamento de oito
presídios.
A queda no número de presidiários na
Suécia tem duas explicações principais: a diminuição no número de crimes e
revisões judiciais que buscam penas alternativas. Duas prisões serão vendidas e
outras duas emprestadas dentro do próprio governo. Essas poderão voltar a
funcionar como presídios, caso seja necessário.
O responsável pelo sistema prisional do
país, Nils Öberg, afirma que não é possível, ainda, identificar a escassez de
prisioneiros.
- Nós certamente esperamos que nossos
esforços em reabilitação e prevenção de reincidência tenham tido um impacto,
mas nós achamos que isso sozinho não pode explicar a queda de 6% - disse ele,
reafirmando depois que a Suécia precisa se esforçar ainda mais em reabilitar os
prisioneiros para que eles possam retornar a sociedade.
Desde 2011, os tribunais de justiça
passaram, por exemplo, a encarcerar menos os condenados por venda ou uso de
drogas. De acordo com Öberg, isso provocou que 200 pessoas a menos estivessem
presas em março deste ano do que em 2012.
Porém, a taxa de encarceramento na
Suécia vem caindo desde 2004. Mas, entre 2011 e 2012 a queda foi de 6%, valor
que deve ser repetir esse ano, de acordo com as estimativas de Öberg.
De acordo com o Centro Internacional de
Estudos das Prisões, vários países seguem na tendência contrária da Suécia. A
Turquia, por exemplo, vai construir 207 novas prisões nos próximos cinco anos.
No Brasil, entre 2010 e 2012, o número de encarcerados cresceu 10%, mostra relatório
do centro. Reino Unido e Estados Unidos também continuam construindo novas
prisões.
Segundo o centro, o Brasil tem 253
presos para 100 mil habitantes, acima da Colômbia, com 181. Estados Unidos,
cujo governo federal recentemente criou normas para afrouxar o encarceramento
nos tribunais federais, continua o país mais aprisionado do mundo, com 743
detentos para cada 100 mil habitantes - bem acima da Rússia (568) e da China
(122). Já na Holanda (94) e na Suécia (78) os números já são baixos, e, ao que tudo
indica, podem ficar ainda menores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário